KETTLEBELL

KETTLEBELL, O NOSSO MELHOR AMIGO
— Ema Cardoso

Não se sabe bem de onde nem quando nasceu o kettlebell. Grécia, Itália, Escócia, Alemanha, China e Rússia, este último com mais predominância, são os países onde começam a surgir referências nos meados dos anos 500 A.C, sim antes de Cristo, vejam bem há quanto tempo cá anda e só há meia dúzia de anos se começou a usá-lo como ferramenta de treino nos ginásios, clubes e estúdios de treino.

Em 1704 aparece pela 1ª vez no dicionário e em 1880 é introduzido pela 1ª vez num centro de treinos pelo Dr. Vladislav Kraevsky, como preparação de militares Russos, daí vir a sua origem mais direta e recente por parte da Rússia, pois na história foram os primeiros a dar-lhe uso para fins de treino. Mas tudo muito diferente do que vemos e usamos hoje em dia.

Por volta dos anos 1970-85 é declarado oficialmente um desporto como o conhecemos nos dias de hoje e em 1993 é realizado o 1º campeonato do mundo desta modalidade, onde o objetivo passa por fazer o máximo de repetições de uma determinada técnica em determinado tempo, previamente definido antes da prova. Anteriormente a esta data, meados de 1940-50 aparecem as primeiras provas e records mas muito diferentes do que hoje conhecemos.

É apenas em 2016 que chega aos 6 contendestes por Steve Cotter, também fundador da IKFF, International Kettlebell and Fitness Federation. (1)

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Este material de treino, une a força e a potência juntamente com uma grande componente técnica associada. Com o Kettlebell podemos ter vários movimentos no nosso treino, mas existe uma base de movimentos específicos para o contexto de treino com Kettlebell, embora estes sejam depois bastante usado de forma adaptado na industria do fitness em geral.

O kettlebell não é um halter, este está sempre em constante movimento pendular. Esta bola com uma alça, exige bastante de quem a usa e manuseie nos seus treinos. Para isso temos de ter noção de alguns pontos chave: respeito, pois é um material que exige bastante tecnicamente, tira qualquer um da zona de conforto do seu treino habitual, como é usado essencialmente com uma mão (e requer um movimento pendular), é algo a que não estamos habituados com qualquer outro material típico num ginásio; respiração, o uso deste ensina-nos a respirar consoante a carga e o movimento que fazemos e consequentemente transportamos isso para o nosso dia a dia, controlar e ventilar a respiração é essencial para um bom rendimento no treino; cadência de movimento, coordenação da respiração com a cadência com que se executa determinado movimento permite-nos melhorar numa série de outras valências como a corrida por exemplo, onde a respiração e a cadência da passada também trabalham em paralelo; relação com o kettlebell, é necessário trabalhar com o objeto, a favor dele e não contra a carga que ele exerce, “força bruta” não pode existir na relação com o kettlebell correndo o grande risco da componente técnica se perder por completo e corremos o risco de nos magoarmos desnecessárias; quando fazer força, com o trabalho pendular temos de perceber bem como está posicionado o nosso centro de massa (centro do nosso corpo) em relação ao objeto para assim sabermos quando fazer mais ou força ou menos força e quando relaxar; é precisamente este o próximo aspeto, relaxar, começamos a conhecer muito bem o nosso corpo e a ler os seus indicadores de cansaço e quando é necessário uma pausa para a seguir voltar ao exercício e ao treino com a mesma eficácia de movimento, somos “obrigados” a parar pois o nosso corpo não consegue mais fazer o exercício corretamente; sensorial, o toque do kettlebell em nós é fundamental, juntamente com a noção corporal de como fazer e como sentir o kettlebell no nosso corpo, vai fazer toda a diferença; por último mas a mais importante, a inteligência, para controlar todos os fatores em conjunto, respiração, posicionamento do corpo, a cadência, componente técnica, controlo de força, tudo no momento exato, perceber em cada repetição como está o nosso corpo em relação ao objeto e como o estamos a usar em cooperação um com o outro, objeto e praticante. (1)

Como objeto e vertente de treino, temos os kettlebell com medidas definidas que são sempre iguais no seu tamanho independentemente do peso, de forma a que todos os jeitos técnicos sejam trabalhados da mesma forma independentemente da carga usada, estes são chamados de Cast Steel, kettlebell de competição e são usados na vertente Sport Style. Os kettlebell mais usados em ginásio têm tamanho diferentes, ou seja à medida que o peso vai aumentando a bola do peso também aumenta, estes são designados de Cast Iron. O kettlebell é uma ferramenta de treino para uma mão, embora seja muito adaptado para o uso das duas mãos, como por exemplo no kettlebell Swing e no Squat. (2)

O treino com kettlebell, devidamente bem orientado, é uma mais valia para cada praticante individualmente, pois coloca à prova todo o nosso core, uma vez que temos de lidar com um pêndulo em constante trajectória de movimento em relação ao nosso corpo. Também a nossa coluna tem muito a ganhar, sendo uma zona diretamente associada ao core, é onde existem muitas dores musculares na população em geral (pelas mais variadas razões do dia-a-dia de cada um) por falta de treino mais direcionado e específico para a coluna ou por falta de componente técnica em outros materiais. Por isso recorre sempre a um profissional do desporto e exercício físico para teres o máximo partido desde belo equipamento.

Queres sabes e aprender a lidar com um kettlebell no teu treino? Temos aulas de kettlebell no nosso mapa de aulas. Até já!



Referências:

(1) OnlineAcademy Cursos - Kettlebell Instrutor - Level 1

(2)  https://paulosena.wordpress.com/2016/06/05/kettlebells-10-ideias/